- Átrio direito (português brasileiro) ou aurícula direita (português europeu) é a cavidade do coração que recebe o sangue venoso (pobre em oxigênio), proveniente da veia cava inferior e veia cava superior. Deságua no ventrículo direito, de quem é separado pela valva tricúspide. No átrio direito encontram-se duas estruturas importantes para o automatismo cardíaco: o nó sinusal e o nodo atrioventricular (AV). O nó sinusal situa-se próximo à desembocadura da veia cava superior enquanto queo nodo AV está próximo da valva tricúspide.
No comando do automatismo cardíaco está o nodo sinusal, que possui um menor período refratário e portanto gera impulsos elétricos em uma frequência mais elevada que os outros focos cardíacos, inclusive o nó AV. Os impulsos gerados no nó sinusal são transmitidos para o nó AV por feixes interatriais. Ao passar pelo nodo AV ocorre a condução decremental, ou seja, há um retardo na velocidade de transmissão dos impulsos cardíacos. Só então esses impulsos serão transmitidos aos ventrículos por meio de fibras localizadas no septo interventricular. Isto é fundamental para que os átrios se contraiam antes dos ventrículos, fazendo com que o coração consiga gerar um débito cardíaco efetivo.
A valva tricúspide é constituída por ânulo fibroso, cordas tendíneas, músculos papilares e 3 cúspides.
Em relação ao enchimento ventricular, os átrios funcionam apenas como bomba de escorva, pois contribuem apenas com 25% desse enchimento. Durante a diástole (relaxamento ventricular) os primeiros 75% de enchimento ventricular se dão de forma passiva. A contração atrial ajuda com apenas 25%. Quando há uma fibrilação atrial (FA) os átrios não conseguem bater de forma ordenada, mas o que é mais importante durante esse ritmo cardíaco é que os ventrículos também não conseguirão se contrair de forma ordenada, pois quem os comanda é o nó sinusal (como já foi dito). Assim, a maior implicação hemodinâmica da FA está no fato de o nodo sinusal deixar de coordenar o ritmo cardíaco fazendo com que não haja débito cardíaco efetivo suficiente para suprimir o organismo. Além disso, um trombo intracavitário poderá se desprender facilmente durante esse ritmo e poderá gerar fenômenos tromboembólicos. O uso de anticoagulantes se faz necessário, não para destruir o trombo, mas sim para estabilizá-lo.
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